O ano de 2023 foi o ano mais quente de sempre, anunciou, esta quinta-feira, 21 de Março de 2024, o Ministro dos Transportes e Comunicações Mateus Magala. Citando o Relatório do Estado Global do Clima, da Organização Meteorológica Mundial de 2023, o Ministro Magala acrescentou que o aumento da temperatura que temos vindo a registar nos últimos anos influencia na elevação do nível do mar, intensidade e frequência das cheias e secas, rendimento das culturas agrícolas, propagação de doenças infeciosas, entre outros impactos que atentam contra a estabilidade e sustentabilidade da vida humana na terra.
No geral, as mudanças climáticas prejudicam os esforços de desenvolvimento sustentável, por meio de uma cadeia, em cascata, de eventos inter-relacionados que contribuem para o aumento da vulnerabilidade das comunidades afectadas.
A variabilidade e mudanças climáticas constituem uma grande preocupação da sociedade actual. Ciente dessa realidade, Moçambique iniciou, em 2021, iniciou a produção dos relatórios de estado anual do clima, no qual são apresentadas as evidências da ocorrência das mudanças climáticas no País.
No quadro das comemorações do 23 de Março, dia mundial de Meteorologia, este ano celebrado sob o lema “na Linha da Frente da Acção Climática”, o Ministro dos Transportes e Comunicações procedeu, esta quita-feira, 21 de Março corrente, ao lançamento do “Boletim Climático da Província de Maputo” e o “Relatório do Estado do Clima de Moçambique em 2023”.
O “Relatório do Estado do Clima de Moçambique” é um documento que descreve o comportamento dos elementos do clima no respectivo ano, um contributo do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM, IP), na provisão de serviços climáticos que respondam as necessidades do utilizador final.
O “Relatório do Estado do Clima de Moçambique”, referente ao ano passado, confirma o alerta lançado ao nível global, de considerar 2023 como o ano mais quente de sempre. No ano passado, Moçambique registou uma temperatura média anual de 0.7 graus Celsius acima da média, tendência esta que se verifica desde 1980.
O “Boletim Climático Provincial” é um instrumento de monitoria climática que ajuda os pequenos produtores a planificar, monitorar e tomar decisão assertiva nas suas actividades, principalmente nas zonas áridas e semiáridas de Moçambique que praticam agricultura em regime de sequeiro. Este instrumento não só apoia o sector da agricultura, mas também, auxilia os sectores de hidrologia, maneio de gado e saúde pública, com vista a reforçar a resiliência das comunidades afectadas.
Com este lançamento, a província de Maputo junta-se às Províncias de Gaza, Inhambane, Sofala, Tete e Manica que já possuem boletins provinciais de clima, instrumento que fornece informação mais detalhada para a planificação das actividades de cada província, incluindo a previsão e gestão de desastres naturais.
Quanto aos ciclones, o mundo testemunhou, no ano passado, a entrada do ciclone tropical Freddy, por duas vezes no território nacional e, recentemente, o País foi afectado pelo Ciclone Filipo. Nas ultimas décadas, observa-se uma tendência crescente do número e intensidade dos ciclones tropicais que atingem o país.