Ligação ferroviária com o Malawi reforça conectividade da SADC

Ligação ferroviária com o Malawi reforça conectividade da SADC

O restabelecimento da ligação ferroviária entre Moçambique e o Malawi, através do ramal Dona Anana/ Vila Nona  da Fronteira, reforça a conectividade e competitividade das infra-estrututras de transporte da SADC, disse, este sábado 29 de Maio de 2021, o Presidente da República Filipe Jacinto Nyusi.

Falando no lançamento da primeira pedra para a reconstrução daquele ramal ferroviário, de 44,6 Km, o Presidente da República enquadrou este projecto no âmbito da contribuição de Moçambique para melhoria da mobilidade de pessoas e bem no país e na região, particularmente para atender às necessidades da logística de importações e exportações  do vizinho Malawi.

 O Governo, através da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM, E.P.) está a implementar o Projecto da Reabilitação do ramal da linha férrea de Sena - Dona Ana/ Vila nova da Fronteira, para o restabelecimento da ligação ferroviária entre o País e o Malawi, interrompida desde Setembro de 1986, durante a guerra civil terminada em Outubro de 1992.

Orçada em cerca de USD 30 milhões, fundos próprios do CFM, a reconstrução deste ramal surge como o culminar de contactos entre os Governos de Moçambique e do Malawi, que acordaram  pela reconstrução do corredor ferroviário que ligará o Porto da Beira ao vizinho Malawi.

O ramal Dona Ana à Vila Nova de Fronteira é parte da Linha férrea de Sena, espinha dorsal da Região Centro do Pais e do Vale do Zambeze, com uma extensão de 547 Km a partir do Dondo até à Vila carbonífera de Moatize na Província de Tete, incluindo o Ramal de Marromeu com 82 Km.

Com este Projeco espera-se responder as preocupações dos agentes económicos e populações de Moçambique e do Malawi como redução de custos de transporte que vai resultar no decréscimo dos preços ao longo do corredor e no Malawi, catapultar o desenvolvimento ao longo do corredor e da região do Hinterland, expansão do serviço de transporte ferroviário de passageiros entre Moçambique e o Malawi, numa fase mais consolidada deste projecto.

Como impacto imediato, as obras de reconstrução da via proporcionou a criação de cerca de uma centena e meia de novos postos de trabalho para cidadãos nacionais, bem como a construção de uma escola para beneficiar a população de Mutarara.

Refira-se que a reconstrução do sistema ferroviário centro, pós-guerra, ganha corpo desde o ano de 2003, altura em que o CFM iniciou com a reconstrução da linha de Sena através da Brigada de Reabilitação da Linha de Sena (BRLS), troço Beira à Savane, numa extensão de 32Km.

Em 2005, após a concessão do sistema ferroviário da Beira à Companhia Caminhos de Ferro da Beira (CCFB) deu-se continuidade com o trabalho até à Estação de Moatize, tendo as obras sido concluídas em 2012, após a reversão do Sistema Ferroviário da Beira ao CFM.

De 2013 a 2016 o troço Beira – Dondo, beneficiou de trabalhos de reabilitação na primeira fase e em seguida a reconstrução Dondo – Moatize na segunda fase que resultou no aumento da capacidade da linha de Sena dos 6.5 Milhões de Toneladas por Ano (MTPA) para 20 MTPA.

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