A empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique tem de evidar esforços para, ainda neste quinquénio (2025-2029), reactivar o ramal ferroviário que liga a cidade de Maputo e o Estádio da Machava, no Município da Matola. O desafio foi lançado pelo Ministro dos Transportes e Logística, João Jorge Matlombe, este sábado, 26 de Abril de 2025, à margem da cerimónia de inauguração de 3 locomotivas adquiridas pelo CFM, para o reforço da capacidade de transporte ferroviário de passageiro, no sistema ferroviário sul.
Falando a jornalistas, no final do encontro, o Ministro Matlombe explicou que a reactivação da linha férrea que liga a cidade de Maputo e o Estádio da Machava visa expandir o acesso ao transporte ferroviário de passageiros na área metropolitana de Maputo, servindo as populações dos bairros da Machava, Infulene, T3, Patrice e outros atravessados ou próximos à este ramal ferroviário, assegurando transporte de qualidade e descongestionamento das estradas.
A empresa Portos e caminhos de ferro de Moçambique investiu cerca de 422,4 milhões de meticais na aquisição de 3 locomotivas para o reforço do transporte de passageiros, no sitema ferroviário sul, no âmbito da implementação do Plano dos primeiros 100 dias de governação do Presidente da República, Daniel Francisco Tchapo.
As três locomotivas inauguradas, este sábado, fazem parte de um lote de 15 a serem adquiridas para o reforço da capacidade de tracção para responder à crescente demanda dos serviços de transporte no Sistema Ferroviário Sul e Centro.
No seu discurso de inauguração das 3 locomotivas do CFM, o Ministro Matlombe destacou que Moçambique está a consolidar a sua posição estratégica na logística da região, fornecendo serviços de logística cada vez mais competitivos, como resultado dos investimentos que têm vindo a ser feitos nos sistemas ferro-portuários do País.
Para além da aquisição de locomotivas, o Ministro explicou que o Sector está a implementar um vasto programa de reabilitação, ampliação e modernização das infraestruturas ferro-portuárias, decorrendo projectos de aumento de capacidade das infraestruturas ferroviárias e portuárias, para além de reformas administrativas para a redução do tempo de transido das mercadorias nas infraestruturas de transporte no país.
No sistema ferroviário sul e centro, sob gestão directa da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, está planificado o investimento de mais de 14 mil milhões de meticais no quinquénio 2025 - 2029, na implementação de projectos estratégicos como a prossecução da duplicação da Linha Férrea de Ressano Garcia, nos restantes 25.5 Km (Movene a Ressano Garcia); aquisição de 30 Carruagens, para o reforço da capacidade de transporte de passageiros; aquisição de 250 vagões para responder à crescente demanda de transporte de minerais; aquisição de 15 locomotivas de linha, três das quais inauguradas este sábado.
As 15 locomotivas são modernas e fiáveis que podem circular além-fronteiras, concretamente, nos sistemas ferroviários da África do Sul, Zimbabwe, Eswatini e Malawi, um passo fundamental no reposicionamento do País para cumprir a sua missão regional de prover a logística dos países do hinterland.
Considerando que a inauguração das três locomotivas da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique ocorre numa altura em que o país se reergue das manifestações violentas caracterizadas, em parte, por vandalização de infraestruturas e meios de transporte, afectando, de forma significativa a funcionalidade, segurança e regularidade desta actividade, o ministro usou a ocasião para exortar a todos para a tomada de consciência sobre o retrocesso que estas práticas estão a condenar ao país. “Estas locomotivas que acabamos de inaugurar e demais infraestruturas são um património público que deve ser preservado e protegido por todos”, disse o governante, acrescentando que a vandalização dos meios de transporte leva a que o Governo volte a aplicar recursos para a aquisição dos bens destruídos, atrasando os programas de expansão de serviços básicos para mais cidadãos.
Na empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, as manifestações violentas causaram obstruções das linhas férreas, ditando cancelamento de comboios, com enormes prejuízos para a economia e a vida dos cidadãos, para além da vandalização dos equipamentos adquiridas para atender às necessidades do desenvolvimento económico e a melhoria da qualidade de vida da população. Uma avaliação dos prejuízos provocados por tais manifestações apontam para perdas estimadas em 14,44 milhões de Dólares norte americanos sendo, 13,38 milhões de Dólares relativos à carga não transportada e 1,06 milhões de Dólares, em equipamentos e infraestruturas.
Refira-se que o transporte ferroviário de passageiros é uma actividade social subsidiada pelos operadores, como o CFM, em mais de 85% dos custos operacionais.