Terminou hoje, 19 de dezembro, a décima Reunião do Comité de Gestão do Corredor de Desenvolvimento de Nacala que contou com a presença das delegações de Malawi, Zâmbia e Moçambique, representadas ao mais alto nível pelos respectivos Ministros dos Transportes, além da República Democrática do Congo que esteve como convidada.
A reunião tripartida visava, entre outros, reflectir sobre o papel estratégico do Porto e do Corredor de Desenvolvimento de Nacala e sobre a sua relevância para o futuro da integração e prosperidade da nossa região e do continente africano.
Na tarde de hoje, o Conselho de Ministros dos três países reuniu, o que culminou com a assinatura da Declaração Ministerial sobre a Extensão da Linha Férrea de Nacala até Serenje, na Zâmbia.
Na ocasião, o Ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe fez saber que o tempo de África é agora. “Não podemos continuar a adiar decisões estratégicas com discursos sem acção. O desenvolvimento do nosso continente depende da união dos seus líderes e da capacidade de transformar compromissos em resultados concretos. A solução está nas nossas mãos e cabe a nós assumir esta responsabilidade histórica com coragem e visão”.
É que, segundo explicou, o Porto de Nacala, pela sua localização privilegiada no Oceano Índico, é uma infraestrutura vital para a África Austral. Contudo, Nacala deve ser entendido como porto da região, ao serviço de todos os países do interior. “Só assim fará sentido a integração regional. O Porto de Nacala possui um valor único e um potencial estratégico capaz de transformar profundamente as economias do Malawi, da Zâmbia e da República Democrática do Congo. O primeiro passo já foi dado, com um investimento de cerca de 300 milhões de dólares na modernização desta infraestrutura, tornando-a mais eficiente e competitiva”.
A fase seguinte consiste na melhoria do corredor ferroviário, um caminho considerado crucial para que o Porto de Nacala se afirme como motor de integração regional e catalisador de desenvolvimento económico partilhado.
Moçambique está, igualmente, pronto para oferecer facilidades adicionais aos países vizinhos, permitindo que planifiquem o desenvolvimento logístico a partir do nosso território sem barreiras. Mas, também é que o nosso país precisa do Malawi, da Zâmbia e da RDC para cumprir a sua missão de integração regional.
“Precisamos uns dos outros. Além do Porto de Nacala, partilhamos a ambição de desenvolver o corredor ferroviário de Nacala, ligando Chipata até Sereje com cerca de 2.400 km, ligando Moçambique ao Malawi, à Zâmbia e à RDC. Este projecto será um exemplo de cooperação africana e de visão estratégica partilhada”.

