Ministro dos Transportes e Comunicações
Mateus Magala nasceu a 28 de Agosto de 1963, na Província de Maputo, Moçambique. Economista de profissão, é Ministro dos Transportes e Comunicações, desde Junho de 2022.
Em 1977: selecionado pelo Governo de Moçambique para integrar um grupo de cerca de 1000 estudantes moçambicanos do ensino secundário provenientes de todo o país, seleccionados para continuarem os estudos na República de Cuba, no quadro da política de formação de quadros do país.
Em 1978, já em Cuba, selecionado com os outros estudantes para ingressar nas Forças Armadas de Moçambique como cadete na Escola Militar de Cuba. Em 1980, concluídos os estudos, regressou ao país já como oficial médio e quadro das Forças Armadas de Moçambique.
Em Moçambique, após um período de integração e adaptação na Escola Militar em Nampula e na Brigada Motorizada de Boane, com apenas 18 anos de idade, foi indicado para ser Secretário Particular e Ajudante de Campo do então Comissário Político e Vice-Ministro da Defesa, o antigo Presidente Armando Emílio Guebuza.
No exercício das suas funções, assistiu o Ministro em assuntos relacionados com a defesa, estratégia, operações, segurança e cooperação internacional. Também comandou uma pequena força militar de elite e trabalhou em unidades operacionais, incluindo na força de intervenção rápida da polícia de Moçambique.
Em 1985, é, mais uma vez mais, selecionado para integrar um grupo de estudantes bolseiros a se formarem em cursos superiores, na Academia de Brno da República Checa. Em 1990 concluíu os estudos, tendo adequerido os graus académicos equivalentes à Lincencitaura e Mestrado em Engenharia Mecânica.
Regressado ao país, continuou nas Forças Armadas como oficial, até 1992, altura que se voluntariou a ser desmobilizado, no âmbito do processo da UNIMOZ. Nessa altura já tinha começado a dar aulas na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), onde ingressou em 1990, como docente Assistente Estagiário na Faculdade de Engênharia, tendo- se tornado mais tarde em docente Assistante.
Na Universidade Eduardo Mondlane leccionou na Faculdade de Engenharia, até 1995, altura em que ganhou uma bolsa de estudo da Commonwealth Secretariat para ir à Austrália continuar estudos em economia, finanças e gestão de negócios.
Enquanto lecionava na UEM e depois de ter passado à reserva das Forças Armadas de Moçambique, ingressou no Entreposto Comercial de Moçambique como Engenheiro de Manutenção e mais tarde como coordenador de formação. Neste período enquanto trabalhava no Entreposto Comercial de Moçambique, também lecionava na Faculdade de Engenharia da UEM e mais tarde na Escola Naútica de Maputo.
Em 1995, com a bolsa de estudos da Commonwealth Secretariat ganha, partiu para Sydney, Austrália onde ingressei na Universidade de Sydney, tendo frequentado Mestrado em Economia e Gestão de Transportes.
Após a conclusão dos Mestrados, e ainda na Austrália, ganhou uma bolsa de 4 anos financiada pela maior empresa Australiana e do Pacífico de Logistica e Transportes, Toll Holdings para fazer Doutoramento em Economia. Como contrapartida ficou acordado que trabalharia para eles durante os estudos como pesquisador e economista analista em matérias de competição e integração de cadeias de valores com o foco em estratégias de como se ganha poder e dominação no mercado aberto de competição empresarial. A sua tese de doutoramento basicamente focalizou-se na economia da competição, mais concretamente no processo teórico de identificação e captura de oportunidades como mecanismo através do qual se promove crescimento económico e dominação na competição pelo mercado.
Após a conclusão do Doutoramento, trabalhou em varias instituições, tanto públicas, como privadas, com realce à Universidade de Melbourne, Victoria e Tasmania, a multinacional Parsons Brinckerhoff (PB) e na empresa de consultoria em estratégia e desenvolvimento. Aqui teve a oportunidade de trabalhar para além do sector de transportes e logística, também no sector de energia, onde foi responsável pelo modelo financeiro que suportou a construção do que foi na altura a maior central eólica de todo o hemisfério sul, com uma capacidade de mais de 450 MW. É de notar que também teve a oportunidade de trabalhar num projecto que é um marco histórico na Austrália conhecido como Auslink e que foi financiado pelo Governo Australiano, em $12 bilhões de dólares. Este projecto consistia no desenvolvimento e financiamento de corredores e infraestrutura de transporte em toda a Austrália. Entre outras coisas, também é de destacar o trabalho que fez como perito-revisor da estratégia de desenvolvimento económico do Estado de Victoria na Austrália.
De notar, ainda, que neste período Prof. Doutor Magala já era também membro de algumas associações com destaque na Associação dos Economistas Marítimos e o Instituto de Transporte e Logística. Em ambas associações foi galardoado pelos seus trabalhos de investigação e publicações com grande destaque para 2006, quando foi eleito economista do ano na Grécia, pela Associação Internacional dos Economistas Marítimos; organização principal de todos os economistas marítimos no mundo. Também enquanto membro, além das publicações académicas, teve a oportunidade de ser co-autor dum livro de ensino que é usado principalmente nas Universidades Europeias, mas também noutras partes do mundo sobre a gestão, economia e competição dos portos e serviços de logística.
Nos fins de 2009, enquanto ainda na Austrália e em pleno exercício das suas funções foi contactado por uma “caça ao cabeca” do Banco Africano para trabalhar no Banco Africano de Desenvolvimento, na altura sediado em Tunis na Tunísia, na áreas de planificação económica, estratégia, orçamento e avaliação de desempenho. Foi assim que ingressou nos quadros do Banco Africano onde trabalhou como quadro sénior com a posição de Vice-Presidente do Banco. Porém, antes de chegar a este nível, teve uma série de promoções e funções na áreas de estratégia, operações e gestão e também como representate do Banco no Zimbabwe com a missão de gerir todas as operações e recursos tanto financeiros como humanos do Banco na execução do financiamento de desenvolvimento, missão primária do Banco.
De realçar que uma das suas grandes realizações no Banco foi a sua liderança no desenvolvimento da estratégia de 10 anos do Banco (2012-2022). Este é o instrumento orientador principal de todas as actividades económicas e de desenvolvimento que o Banco desenvolve e financia em todo o continente Africano, no qual o Banco investe anualmente cerca de 15 bilhões de dólares.
No Zimbabwe, enquanto trabalhava na resolução da dívida perenial de cerca de 10 bilhões que o país tem e já na fase final da sua materialização, foi convidado pelo governo de Moçambique para mais uma vez servir a pátria duma forma mais directa, desta na capacidade e qualidade de Presidente de Electricidade de Moçambique. Aceitou este desafio com o apoio do Banco que facilitou a sua saída temporária do Banco para servir o seu país, principalmente com o objectivo de transformar o sector em líder tanto no país como na região através de reformas de impacto na EDM. Assim, de 2015-2018 trabalhoi efectivamente em Moçambique como Presidente da EDM servindo o governo e a causa nacional.
Porém, o seu mandato foi encurtado na sequência do pedido feito pelo Presidente do Banco Africano ao Presidente da República de Moçambique, solicitando o seu regresso e reintegração no Banco como Vice-Presidente para Serviços Corporativos e Recurso Humanos, sectores que estavam a clamar por reformas profundas com vista a transformar o Banco numa entidade de posicionamento e reconhecimento global.
Da conversa entre o Presidente da República e o Presidente do Banco Africano, ficou acordado que era no interesse de todos que ele regressasse ao Banco para apoiar a liderança do Presidente do Banco a acelerar reformas no Banco e servir melhor a causa pan- Africana. Assim, em 2018 regressou ao Banco e desde lá exerceu funções como Vice-Presidente. Hoje o Banco Africano de Desenvolvimento é reconhecido como líder global sobre questões de financiamento de desenvolvimento em Africa. O Banco não só é muito competitivo como também é tido como uma instituição muito transparente e exemplar. Recentemente, em Março de 2022 decidiu-se que as reformas a que foi chamado a fazer estavam geralmente concluídas com êxito e que ele deveria se concentrar em novos desafios. Assim criou-se o Vice- Presidente para Transformação Tecnológica e Serviços Corporativos e o Vice-Presidente do Pessoal e Gestão de Talento e foi nomeado Vice-Presidente de Tecnologias e Serviços Corporativos e simultaneamente a acumular a função de Vice- Presidente para o Pessoal e Gestão de Talento. Um dos grandes desafios que lhe foi colocado indo para frente é de liderar a construção duma nova sede, moderna, emblemática e dignificante para o Banco Africano de Desenvolvimento em Abidjan e também para transformar o Banco numa instituição inteligente que capitaliza os avanços da quarta revolução industrial.
Em Junho de 2022 é convidado pelo Presidente da República para retornar a Moçambique para liderara a reforma do Sector dos Transportes e Comunicações, onde trabalha focado em cinco prioridades sectoriais, nomeadamente a mobilidade, segurança dos transportes, acessibilidade e desenvolvimento dos corredores de desenvolvimento, conectividade e reestruturação do ramo empresarial do Estado adstrito ao seu Sector.